Nuvens Negras...
Tenebrosas
nuvens negras
como lepra,
onde perco
minhas carnes e,
na magia da noite ,
à consumir minh'alma,
dilacerando, queimando.
Manda-me ao inferno ,
onde
fico por um instante,
neste buraco arrepiante.
Espio a coruja
anunciando minha morte
de forma espectral
viceral, suja
e, quase teatral.
O corvo, que espera
meus restos, venera, e,
a agonizante palidez
da moribunda, talvez,
nauseabunda.
Ele que vai, circulando
esta quase defunta ,
que
está se acabando
está quase morta,
e,
ninguém se importa
ninguém pergunta.
Fruta podre, caída,
ressentida, ressequida,
qual louca desvalida
com a boca infame,
cheia de vermes,
de quem tem fome
que grita teu nome.
Insana, demente,
Ainda quer ser gente,
Gente... gente..gent...gen...ge....g...geeeeeeeeeeennnnnnnnnntttteeeeeeee
Recebí do poeta Marcos Ayres, esta linda interação.
Obrigada meu grande amigo, um beijo em seu coração!
As nuvens de Nana
Marcos A. Ayres
Nuvens negras, escuridão,
Prenúncio de tempestade
Ou tão somente a razão
Expondo a sua verdade?
Ninguém me ouve ou quer ver
Porque me escondi em mim;
O que tenho para oferecer
É o meu pedaço ruim.
Um pensamento soturno,
Uma carência afetiva,
A tristeza fazendo seu turno
Deixando-me em carne viva.
Isso aí, com certeza, não sou eu!
São os meus demônios agindo!
Se a minha solidão tanto cresceu
É que a minha alma estava dormindo!
Eu sou muito melhor que tudo isso!
Eu sou feita de tenacidade,
Sou movida pelo compromisso
De buscar a minha felicidade.
Eu sou uma pessoa de fibra,
Sou doce e sou exigente;
A vontade que em mim vibra
Torna-me uma pessoa diferente.
Sobretudo, eu sou uma poetisa,
Penso com o coração
E a minha alma se sente viva
Quando lhe move a emoção.
Nuvens negras, rima tétrica,
Um momento de desilusão
De minha veia poética
Ou de minha ingratidão.
Talvez apenas uma alma sozinha
Fazendo uma íntima confissão
A alma que já era minha
Mas que estava em depressão.
Nuvens negras cheias de água
Para lavar o universo
E, quem sabe, levar a mágoa
Que eu plantei no meu verso.