O fim de um eterno amor

O Artista

Depois de um tempo no campo,

Ele veio para a cidade grande,

Não tendo onde ficar,

Não tendo o que alimentar.

No centro achou seu lugar,

Nos bares com os bêbados,

Ali era onde iria trabalhar,

Nos vícios dos outros se alimentando.

Com suas misturas,

Fazendo qualquer vodka barata

Uma bebida esplendera,

Era um verdadeiro artista.

O Bar

De todos os bares existentes

Um era diferente,

Sua frente era tão resplandecente,

Comparado com os outros era dessemelhante.

O que tinha de igual?

Com certeza a sujeira,

Nenhuma moça vestal,

Só aquelas que a transa tem brinde; a doença.

As pessoas iam e viam,

Bebiam e caiam,

Aquelas que deitadas estavam,

Sem nada elas ficavam.

Garçons estavam sempre em falta,

Nisso aproveitou-se o artista,

Suas bebidas ele faria,

Sua fama ele construiria.

O Trabalho

A grande obra de arte

Fazia que todos estivessem láureos,

Cada um indo para o seu céu,

Seus rostos ficando flamejante.

Logo veio o sucesso,

O que ontem era vazio,

Hoje é completamente cheio,

Viva, viva o excesso.

A Prostituta

Quando ela entrou no bar

Meus olhos encheram de fulgor,

Será que estaria a labor?

É bem provável estando naquele lugar.

Pagaria todo o dinheiro

Para castigar-lhe pela libertinagem,

Será que ela tem um buraco virgem?

Desvendar era meu fadário.

Chamei-a para perto do balcão,

Ofereci minha obra de arte,

Beba, pois será minha essa noite,

Despertou-se em mim um vulcão.

Depois do expediente

Trouxe-a para o meu quarto,

Um pouco sujo cheio de inseto,

Quem irá reparar no meio de um coito?

Apaixonado

Agora vinha todo dia,

Minha amada Valquíria,

Provar a bebida do Deus,

Para depois ir para o céu.

Ela foi me conquistando,

Minha amada madalena,

Na armadilha fui caindo,

Ficando preso até a matina.

Já a imaginei com grinalda,

Morando em uma casa qualquer,

O meu momento mais feliz da vida,

Tinha escolhido a perfeita mulher.

Vivia agora sonhando,

Não trabalhava direito,

Meu chefe sempre resmungando,

O meu elixir não saia perfeito.

O que eu queria era fugir dali,

Ter um lugar para onde ir,

Precisando de cuidado,

Já tinha a esposa, faltava-me uma casa.

Ilusão

Quando tudo está perfeito,

Do dia para a noite,

Acontece um desastre,

Destino de um maldito.

Ela sempre foi da rua,

Como deixei me enganar?

Com a cabeça na lua

Ficou difícil de pensar.

Preocupado com minha felicidade

Não vi que já era de tarde,

Um grande problema,

Causando uma celeuma.

Sempre fui um cliente,

Pagava com minha arte,

O que ela sempre quis,

Ò que mulher vil.

Uma Nova Vida?

Meu coração tão cheio de furor,

Preciso de um longo descanso,

Não cabendo mais nenhum amor,

Eles são sempre tão concisos.

Fechei a porta,

Ninguém vai entrar,

E se alguém tentar?

Com certeza irei matar.

Deixem-me sozinho, soidão,

Encontro o meu caminho,

Cheio de pedregulhos,

O preço de uma razão.

Razão que fugiu de mim,

Correndo não me esperou,

Esperança que acabou,

Este é meu fim.

Henhippe
Enviado por Henhippe em 20/10/2010
Reeditado em 20/10/2010
Código do texto: T2568119
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