SORRISOS
Por que eu tenho de ser confinada
A uma desnecessária realidade?
Por que tenho de estar atrás das grades
De uma sociedade hipócrita,
Onde não tenho gostos e desejos,
Meus pensamentos são impostos
E é forjada minha felicidade?
Padrões inúteis e carinhos excessivos
São me entregues de presente.
Caretas são sorrisos
E abomino tantos dentes.
Vomitam palavras tolas
E conselhos hiperbólicos
De uma moral infame.
Odeio este enxame de idiotas em série!
Mas entrego minhas caretas
E reajo docemente.
Por trás de uma pele suave
Um touro se esconde.
A explosão de minha ira
Não macula meu semblante.
Minhas unhas são garras de um Falcão!
Meus dentes são presas... presas...
Estou presa... Minha alma enjaulada!
Brilha, lago de fogo!
Me afogue, me mate!
Cruzo as pernas neste instante
E aceno levemente, sorrindo...