VOYEUR (COLETÂNEA "EU, NATURALMENTE")

Brilhante.

Vermelho e dourado movimentam-se,

Numa dança frenética,

Misturando-se numa loucura

De movimentos.

Línguas enlouquecidas

Deliciam-se com o ar frio,

Lambendo-o em seqüências aleatórias,

Chocando-se em direção

Ao céu noturno.

Vibra a substância disforme,

Torcendo-se em figuras desconhecidas,

Unindo-se e espalhando-se freneticamente.

Ruídos lhe escapam involuntários

Com força e poder irresistíveis,

Com graça e beleza epiléticas.

A luz que sai de si

Capta a luz de meus olhos,

Presos num voyeurismo incansável.

Suas curvas irrequietas

Parecem gritar de prazer

Consumindo em brasa a madeira

Já castigada por sua essência.

Brilhante. Fascinante.

Chamas crepitantes

Que me hipnotizam

Num breve instante

De puro desejo.

Queima.

Débora Falcão
Enviado por Débora Falcão em 18/10/2010
Código do texto: T2563336
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