Sui e Ted.

Ted está sentado na calçada, mirando o chão

Sui mira seus olhos no espelho, com uma faca na mão.

Ted esta vazio como uma caixa de papelão

Sui sente desespero, no fundo do coração.

Ted rabisca a calçada, tentando ocupar sua mente

Sui se corta, levemente, tenta se decidir...

Ted está sufocado, não tem aonde ir.

Sui sente o horror de sua vida decadente

Ted bufa de horror à sua mente doente.

Passa mais uma hora, mais um minuto

E a vida sem rumo vai se arrastando,

Como uma mendinga com fome e com frio

Arrastam-se as horas, o coração vazio.

Mente vazia, oficina do diabo

Vida sem rumo, pende pro lado errado.

Sui encara seus olhos cansados no espelho

As marcas e as mentiras, já lhe causam cansaço.

Ted observa os carros que passam

No circo da vida, se sente um palhaço.

Um pouco para todos e nada para si.

Sorrisos, amor, felicidade, vamos fingir.

Sui esta decidida.

Ted esta vazio.

A faca está no chão, do sangue, só um fio.

Brilham forte as luzes da estrada,

Brilha forte, o sangue na calçada.

Sui esta morta.

Ted também partiu.

Do Tédio ao Suicidio, há apenas um fio.

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Dedicado a David, Cris e Walter, que compartilham comigo as interminaveis e torturantes horas de tédio e de pensamentos sinistros.

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 09/10/2010
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