Veemência

delírios infernais não me deixam descansar

finalmente, loucura! é inválido me controlar.

minha mente inquieta não dá trégua ao sofrimento:

desejo-te veementemente a todo doloroso momento!

não sei o que tu fizeste, mas dói-me na essência.

concentro-me em ti nas noites frias e chuvosas

e minha matéria estremece a toda lembrança calorosa.

as palavras fluem e eu nem posso explicar...

tal fenômeno me assusta; pudera eu não me preocupar!

ai de mim, que farei dessa angústia austuciosa

meus poros remexem-se ao relembrar tua fronte maliciosa!

contrariada, sinto essa obsessão corroer...

vontade de ti que me espanca, chega até a doer!

no entanto, temo esse sentimento de submissão

contenho pensamentos que desabrocham de minha excitação

inalando a tua essência como vício inebriante

deleito-me com tuas blasfêmias de bacante!

não sei o que tu fizeste, mas dói-me na alma!

prazer congelante e libertino que, no entanto, me acalma...