O Assassino
Quatro bitucas de cigarro apagadas no cinzeiro
Um homem abre a janela para respirar
Seu coração acelerado, pulsa, pulsa, pulsa
Um só pensamento ecoa em sua mente
O faz sentir-se sóbrio
Mesmo depois de uma garrafa de uísque vazia
O medo corre em suas veias
O faz sentir-se vivo
Ainda que isso lhe cause um remorso
Assusta-se com a própria esperança
Tendo visto o vermelho tão vivo
Que lhe lembrou o sangue tão puro
Espalhado por aquela pele alva
Não pôde deixar de sentir o desejo
Espalhando calor por suas veias
Fazendo pulsar seu coração iludido
Tocou aquela pele, ainda quente, excitado
Ela abriu os olhos, azuis, tão calmos
Olhou dentro da alma daquele homem
E sua alma ajoelhou-se
Mas a luz já estava apagada.