O Avesso
O AVESSO
(por Rosalva Rocha – 19/09/10)
As vezes penso
Que vivo no avesso
Trocando passos
Virando o compasso
No rítmico sentido da vida
Rindo à toa
Da futilidade
Da inutilidade e
Da falsidade
Que pairam no ar
E insistem em voar
Voar vôo eu
Mesmo no avesso
Porque arremesso meus atos
E sinto na carne
Que vale atalhos
Sei, sou mulher difícil
Um tanto travessa
Avessa
Mas garanto
Bem benta pelos santos
Que enxugam meus prantos
E me cobrem de mantos
Vez ou outra caio na realidade
Tento retornar e
Nunca retorno
Porque acredito sempre
Que vivendo no avesso
Eu sempre encontro
Um novo recomeço