Introspecção
Sobrancelhas arreadas torneiam os olhos
Ardentes de choro já sem lagrimas
Pousam a amargura e o desespero
Nos sombrios porões que guardam as lembranças
Figuras embalsamadas desfilam para o fogo
Vão derretendo, seus gritos ecoam em lamentos
No fundo íntimo que governa o instinto
Da boca que saí o grito, dentes espatifam
A pele se estica abre as feridas
No arrepio do tormento monstros assanham os cabelos
Desfigurada figura pena por entre paredes
No espelho gagueja qualquer coisa
Já não tem hora marcada para a beleza
No canto da parede um jarro de flores agoniza
Em pedaços pétalas espalhadas vermelhas iradas
Todas as almas explodem em gargalhadas.
Jamaveira®
Imagem: Do Google