Lucidez: Um cortejo a insanidade
Para que tantas voltas no relógio?
Quantos giros impera teu rodopiar?
Volto e meia dou as mãos ao pesadelo
Daquela serra que eletrica corta, corrói meu pesar.
Por ti ja falecida outras vezes
Por tua cerimonia, nua em pelo, exposta aos olhares meus
Tão minha foi sua vida
Sepultada ao zelo
Deixo -te exposta durante dias
Incerto de sua morte
Mas o relogio continua a rodopiar no sentido horario
Sem a certeza de que sua vida vieste a se findar
Mas as horas não passam
Me derramo em lagrimas
Como a chuva que corre pelas avenidas
Alagando o que sinto, perdendo tudo que pretendia ter
Meus sonhos...
Um parabens de um comemorar
Pra quem acaba de nascer
Velas acesas aos quatro cantos da tua morte
Vem embebido a rum
Parabenizar o teu nascer
Mesmo que de tua morte venha tirar uma vida
Vivo debruçado esperando o teu ressucitar
Me ressucito diversas vezes
Me reergui com dificuldade
E com muito ardor
Bati palmas para que pudeste dançar
Ao som da melodia que jamais tocara
Te toquei toda rigida, envolta em flores
Como naquele dia em que nos conhecemos
Dedilhei canções tão lindas
Ao som de um violão que hoje enfeita o teu caixão
E por compor tantas coisas triste
Me apossei do madeirado da minha viola
Pra emoldurar seu ultimo retrato
O Mesmo retrato que comemorou o nosso encontro ao nascer
È o mesmo que guardo como lembrança da tua morte
Nessa nostalgia do que vivemos
Vou me despedindo da vida
Desafiando a morte
Para que um dia a gente se encontre
Pra que na outra vida
Eu tenha mesma sorte
E uma unica lembrança
Da nossa morte