Lucidez: Um cortejo a insanidade

Para que tantas voltas no relógio?

Quantos giros impera teu rodopiar?

Volto e meia dou as mãos ao pesadelo

Daquela serra que eletrica corta, corrói meu pesar.

Por ti ja falecida outras vezes

Por tua cerimonia, nua em pelo, exposta aos olhares meus

Tão minha foi sua vida

Sepultada ao zelo

Deixo -te exposta durante dias

Incerto de sua morte

Mas o relogio continua a rodopiar no sentido horario

Sem a certeza de que sua vida vieste a se findar

Mas as horas não passam

Me derramo em lagrimas

Como a chuva que corre pelas avenidas

Alagando o que sinto, perdendo tudo que pretendia ter

Meus sonhos...

Um parabens de um comemorar

Pra quem acaba de nascer

Velas acesas aos quatro cantos da tua morte

Vem embebido a rum

Parabenizar o teu nascer

Mesmo que de tua morte venha tirar uma vida

Vivo debruçado esperando o teu ressucitar

Me ressucito diversas vezes

Me reergui com dificuldade

E com muito ardor

Bati palmas para que pudeste dançar

Ao som da melodia que jamais tocara

Te toquei toda rigida, envolta em flores

Como naquele dia em que nos conhecemos

Dedilhei canções tão lindas

Ao som de um violão que hoje enfeita o teu caixão

E por compor tantas coisas triste

Me apossei do madeirado da minha viola

Pra emoldurar seu ultimo retrato

O Mesmo retrato que comemorou o nosso encontro ao nascer

È o mesmo que guardo como lembrança da tua morte

Nessa nostalgia do que vivemos

Vou me despedindo da vida

Desafiando a morte

Para que um dia a gente se encontre

Pra que na outra vida

Eu tenha mesma sorte

E uma unica lembrança

Da nossa morte

Eder Marçal
Enviado por Eder Marçal em 19/08/2010
Reeditado em 19/08/2010
Código do texto: T2446753
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