A Nau dos loucos
Bonapartes? Josefinas?...,
Desfilam pelo convéns esverdeados,
Irrázoaveis exploram suas mazelas quânticas.
Alienistas!?
Quem os atirou para vagar
Dentre rios e mares nunca dantes navegados?
Exibidos em circos como bestas e marcianos verdes
Entre uma atração e outra choram a solidão.
Delirantes!?
Quem o excluiu do aconchego da família?
Lembranças! A mesa e sua toalha verde, suja
De respingos de comida e gordura; o enoja.
Insanos!?
A parede e o gramado confundem na cabeça
E a taça de vinho verde; o embebeda
A mão da sua mãe o acaricia. Chora a saudade!
Loucos!?
A placa na parede acocoroca espíritos imundos
Dentre todos eles; o homem da casa verde
E o seu machado avermelhado
grita insandecido:
“A ciência é a ciência”!
E, ali, parado, no convéns sorri cheio de malícia,
“Crispim Soares: corta-lhe a cabeça!”
Louco? Eu?