Gênelipse
Do meio recíproco do preto e branco
Onde nada se confunde com o existente,
Consigo erguer de pobres forças exaustas
Minhas mãos plúmbeas e inconcientes,
Desnorteadas e inconsequentes,
Buscando, confusamente, encontrar a brecha
De onde atravessou-me a alma
Uma luz pungente, que me embriagou os olhos
Fazendo-me esquecer.
Sinto mãos se embolando em meus cabelos.
Alguém tá cantarolando pra mim
Uma música que me faça dormir.
Sinto uma nostalgia tão amarga
De lugares que jamais vi.
Quem sou eu?
Quem eu sou?
(Jefferson Rodrigo)