Culto à Desordem
Pra quê dar sentido a vida?
Explicá-la geograficamente?
Mimetizá-la em gráficos?
Quero a vida desordenada
Ininteligível, caótica e inexorável...
Toda falta de sentido – de ordem!
Toda a sua mítica confusão
Os seus elos perdidos
Os seus ermos tristonhos...
Quero a incompreensão cursiva
A dúvida perene – a embriaguês...
Viver as divagações do acaso
Mergulhado nas vagas etéreas
E sinfônicas da existência...
Desprender-se de toda codificação
De todo equilíbrio psíquico
De toda cientificidade autônoma
Quero a esquizofrenia do caos
A epilepsia da desordem
Os barbarismos inconseqüentes
De uma vida sem lei
Espirada pelos volteios do sonambulismo...
(Escrito em 26 de maio de 2010. Mesma inspiração de Culto à cegueira)