O azul me basta
Sinto o infinito gritar latente
Dentro de meu tudo aqui presente
Não há mais história, novela, canção
Que fale de meu amor infinito
A cor me ensina a viver, esse ar
Coisas acontecem por mim
O pintor se foi e não voltou
As paredes ainda estão perfeitas
Falta a tinta na varanda florida
Essa cor me veste inteira
Canto para continuar vivendo
Sendo eu mesma a música, o som
Me faço e desfaço sem teu abraço
Quero a cor definida pela presença
Sem o tato lógico dos amantes perdidos
Quero o muito do encontro não vivido
Laços frouxos, som nó, sem embaraço
Morrer de amor sem ter vivido
Nadar no mar desse azul que traço
Me faz sentir a vida que visto
Sem piscar, sem medo, sem pensar
O absurdo já dança comigo
Dentre todas eu sou a sem par
Escolha que fiz no meu caminhar
Amar sem ser vista por quem passa
Presa em um olhar sem memória
Lembrança que fica sem história
Lugar que não existe e não chega
Sonho que insiste em não ser
F. SANTOS
Pinto de azul os meus sonhos
Azul é a nudez a que exponho
Meu pranto e o meu cantar
Também o medo e a coragem
De azul eu pinto a paisagem
Na alma e no meu pensar.