SOMBRAS

SOMBRAS

Sob árvores grossas de copas pomposas, deitado inerte vendo a lua gloriosa.

Sob o sol forte, em uma noite de chuva fria que alivia a cabeça em chama

de quem nada consegue criar.

A dor no dorso envelhecido, corroe aos poucos o humilde coração que parece querer parar de bater em vão para poder descansar.

Minúsculos e invisíveis adversários agressivos, inflamam a cavidade molhada, que é meramente usada para apurar o refinado paladar.

A falta temporária de lucidez impede o retorno à realidade, onde um relógio covarde

Conta festivo os segundos aflitos da desgraça anunciada.

O furo no queixo como o dos Anjos e dos Querubins é tão sem sentido, sem proveito

Que um hilário mico de realejo ousa ignorar.

É tão louco, tão sóbrio, tão comum, tão esnobe que não se arriscam falar em

Teorias nem em revelações

E meus quadros abstratos iniciados, continuam em um recente passado empoeirado,

desnutridos e mal amados.

Uma nova maneira no pensar, escrever e falar. Em o que emana é simplesmente uma Mulher-Dama sem conteúdos inteligentes pra dar.

Soltem fogos de artifício, por que nesse hospício nenhum lobisomem se atreve a uivar.

Se a vida é estranha a dor é tamanha que mortal nenhum sabe explicar!

Tire a venda dos olhos ou só olhe o relógio que insiste em nos apressar.

Não deixe a vida passar sem pegar a estrada que a lugar algum vai te levar.

Monte nos lombos musculosos de um alado, conheça o céu escuro estrelado, que o orvalho molhado logo vai se evaporar.

A minúscula peça intima em vermelho vivo, forçando entrada na matéria macia, violentando a intimidade da linda mulher menina, me fazendo masturbar sem parar.

Meu membro em sangue chorando tristonho por quem não se merece amar.

Vejo tudo isso sentado sob um pé de carvalho abandonado, fumando um fumo picado

Com meu canivete amolado.

Ou deixo distante meu pensamento que sonha adormecido.

Sob a sua perfumada, macia, perfeita e deliciosa sombra de mulher crescida.

Wagner Criso