Menina de doze

Essa coisa estranha,

Essa sanha tamanha

Me assanha.

Essa vontade imensa

Já nasceu tão intensa,

E tão densa...

Que me bole por dentro,

No centro.

Ela enche meu peito

Que ele salta pra fora

Sem jeito.

Essa coisa que queima,

Que teima,

Que entorpece a cabeça.

E essa lei me dizendo:

- Esqueça!

E alguém me aconselha:

-Não pode!

Que o que quero é vergonha,

Pessonha

Me roendo as entranhas.

Em querer eu não presto?

Me afasto...

A vontade é só minha.

Ela não vai embora.

Eu estou tão sozinha.

Esse ser me devora.

E agora...?

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 12/07/2010
Reeditado em 12/07/2010
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