Menina de doze
Essa coisa estranha,
Essa sanha tamanha
Me assanha.
Essa vontade imensa
Já nasceu tão intensa,
E tão densa...
Que me bole por dentro,
No centro.
Ela enche meu peito
Que ele salta pra fora
Sem jeito.
Essa coisa que queima,
Que teima,
Que entorpece a cabeça.
E essa lei me dizendo:
- Esqueça!
E alguém me aconselha:
-Não pode!
Que o que quero é vergonha,
Pessonha
Me roendo as entranhas.
Em querer eu não presto?
Me afasto...
A vontade é só minha.
Ela não vai embora.
Eu estou tão sozinha.
Esse ser me devora.
E agora...?