Depois do fim
Olhe,
tudo acabou,
você abriu os olhos
e já não sabe o que foi sonho.
Teus sentidos ainda dormem,
triste flor de um cinza desbotado.
Hospedeiro incrédulo de um sentimento morto,
tantas marcas antigas
do que não era tão certo
e do que era preciso.
Era amor o teu vício
quando partias cego?
Acredite,
eu vi tudo isso...
Se fosse ao menos o brilho dos teus olhos tristes
a centelha invisível
do que arde tranquilo
em tudo que não existe...
eu só olhava as marcas
na pele fria...
de fora para dentro,
entre pedras e plantas.
Duvide sempre
de tudo isso.
Feche os olhos,
a vida anda em circulo...
só há cor nos olhos,
marcas antigas são artifícios.
Agora é que começa
o que só acaba depois do fim.