Soçobrar

Nada mais tenho a perder

A não ser essa luz, dia claro

Outros virão depois de mim

Não quero o óbvio

Quero o absurdo das horas

A sobra de tempo que resta

O esquecimento mútuo

A insônia maldita

O infinito de dores

O castigo de Medusa

Não quero olhar teus olhos

Nem tão pouco ouvir essa voz

Quero o desprezo dos amantes

Quero o depois, o tarde, o nunca

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 01/07/2010
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