Soçobrar
Nada mais tenho a perder
A não ser essa luz, dia claro
Outros virão depois de mim
Não quero o óbvio
Quero o absurdo das horas
A sobra de tempo que resta
O esquecimento mútuo
A insônia maldita
O infinito de dores
O castigo de Medusa
Não quero olhar teus olhos
Nem tão pouco ouvir essa voz
Quero o desprezo dos amantes
Quero o depois, o tarde, o nunca