Espelho
Entre.
Não me admira nada
o tremor de suas mãos.
Vejo teu coração faminto,
e os teus olhos cheios de uma falsa emoção.
Queres dinheiro, paz, atenção...?
Esse vício não mata?
Sente-se.
Esconda suas mãos,
não me admira nada
tuas terceiras intenções.
Vejo teu sorriso em pedaços,
e o teu corpo pálido sem pulsação.
Queres prazer, dor, um pedaço de pão...?
Nisso há alguma graça?
Deite-se.
Ponha as mãos sobre o peito.
Nada do que sabes é verdade,
é um desperdício estar tão bem vestido...
Um mundo de gente, amigos e amigos...
E ninguém chorou.
Me adimira muito um fim sem começo,
e antes que eu me esqueça,
meu nome é espelho!