Inverdade à prova
Tanto para contar
E digo mil mentiras a todos
Pois o mais difícil é ser verdadeiro consigo mesmo.
E a solidão nada mais é que um espelho.
Quem tem coragem de se ver cara a cara consigo mesmo?
Como uma alma sendo extirpada,
Com culpa e inocência ao mesmo tempo.
Como uma alma sem tempo de ao menos gemer...
Tanta coisa para contar
E o tempo todo sem nada dizer
E quando paro de olhar,
Por um segundo que seja,
Ainda que de olhos fechados,
Quase possuído eu vejo,
Que todos os gestos ou nenhum,
Continuam sendo encenados.
As pessoas...
Seus pecados...
Cheio de força sem querer ser forte.
Cheio de sentido sem apontar pro norte.
E é tão misteriosa essa noite
O que é verdade?
O que é amor?
Sempre sangro com esse silencio...
Tanto para contar
Talvez daqui a mil vidas...
E a cada vida uma nova partida...
Já não vejo graça na expectativa da chegada...!
Se eu digo verdades que nem eu acredito,
Sigo contando mentiras
Meu mistério, meu improviso...
Alguém aí acredita?