Desejo Insaciável
Um dia não me conterei,
Não caberei mais no mundo
E explodirei,
Não como uma bomba,
Nem como uma bexiga,
Cheia de água.
Nesse dia,
Não farei nada de extraordinário,
Nada de grandioso,
Nem nada do que possa me orgulhar,
Ou que possa salvar a humanidade.
Nesse dia,
Quando explodir,
Sabereis então
Que consegui realizar meu intento,
Passar para o papel,
Minhas mais mirabolantes idéias,
Meus mais estranhos pensamentos,
Minhas esquisitas teorias.
Não me contenho,
Devoro livros,
Sinto seu perfume de papel novo,
De conhecimento,
E como se o mesmo me atraísse de tal forma,
Que ficou como mania,
Sempre sentir seu cheiro,
Ao iniciar um momento de leitura.
Haverá esse dia em que não me conterei,
Não me agüentarei,
Como uma cortina no universo,
O universo do saber
Se abrira a minha frente,
E como num pomar,
Saberei qual fruta colher
Para cada verso de meus poemas.
Imagino como um mundo imaginário,
O mundo das palavras,
Como que todas flutuando sobre nossas cabeças,
Esperando apenas o pensamento minar nossa mente
Para serem sugadas do mundo das idéias
E passarem a viver numa folha de papel em branco.
Se pudesse escreveria dez,
Cem,
Mil páginas por dia,
Leria dez mil,
Cem mil
Leria infinitamente,
Fertiliza a mente,
Irriga as idéias,
Não há nada tão criativo, quanto ler as idéias alheias,
Para que possamos criar nossas próprias idéias.
Mas eis que um dia...
Explodirei...!
(30/08/07)