APARÊNCIAS...
Quem realmente eu sou
Não é o que vejo no espelho
Essa imagem não diz nada de mim
É apenas uma moradia transitória
A matéria apenas camufla o ser
Que tantos renegam conhecer...
Quem realmente eu sou?
Quem me dera compreender...
Sei que também faço parte desse complexo ilusório:
O mundo!
Portanto, não sou diferente de ninguém
A minha visão é limitada
O belo também me seduz e me fascina
E como é difícil resistir os favos de mel da vaidade...
Quem dera aceitar com naturalidade
Que as pétalas da beleza também murcham
E que o tempo corrói a juventude
E que a natureza assiste a tudo passiva
Esperando o momento da verdade...
E que na verdade “o espírito está forte”
“Mas a carne titubeia”
Que o sangue vermelho um dia se esvai
E a vida cai por terra!
Quem realmente eu sou?
Não é o que eu vejo nesse espelho
Sei que ainda existo, pois ainda não virei pó
Posso fechar os olhos e ser o que eu quiser
Nesse momento sou apenas uma flor,
Cuja alma é maquiada
Com a transparência límpida do mais puro amor!