Patarata: Decepção

Moizeis Lima da Silva, Fortaleza, 7/6/2010.

Cessa! Cessa-te engano!

Pois que não é amor

O amor que deveras sinto.

Não falarás que a mim ela não pode amar.

Fala, sim, que do ódio nascera torrente de águas pérfidas de amor

Fala que do peito flui intensa dor

Por nascido ter tua falsa compaixão de mares, oceanos de falsidade!

Ah, decepção... quem ousa extrema tristeza instalar no píncaro do Culpido?

Ah, situação... feres a mim mais que a ti mesma!

Tratante! Coisifica sentimento sublime e envia-o ao degredo

Mas aguarda, Tétis por mim intercederá junto a Zeus

E vossos conluios serão dissolvidos como naus em meio à fúria de Possêidon.

E que não se repita tamanha atrocidade contra sentimento tão nobre,

Pois, se tua terra tem palmeiras onde cantam sabiás,

Não destruas a minha, porque mais prazer encontro eu cá.

O amor é fogo que arde sem se ver,

Mas quem pediu a ti que fogo tocasse em meu coração?

Na pasárgada minha, fingimento existir não pode!

Então, amor, desculpar-me-á por não te levar daqui, meu coração.

Em confiar em meu coração, fui machucado, despedaçado.

Não, Machado, não me diga que ela não me traiu.

Se queres deixar dúvida, tudo bem, mas negação não faça.

E agora? E agora, José?

A festa acabou, a luz apagou, mas meu amor traído não vai embora.

Embora taído, não quer arredar pé.