Paradoxo
Tem dias que vou
Há dias que volto
Tem dias que a felicidade me acompanha
Há dias que a tristeza me toma em seus braços
Tem dia chego, sem saber a forma na qual cheguei
Há dias que cruzo a linha de chegada, querendo nunca chegar
Entre ter e haver vejo a vida me levar e a morte me aguardar
Tinha dias que a felicidade me irritava
Havia dias que a tristeza era o motivo do meu sorrir
Tinha lugares que eu estava e não gostaria de estar
Havia lugares que gostaria de estar, mas nunca estive lá
Tinha dia que o sol me molhava
Havia dias que a chuva me esquentava
Entre ter e haver a vida me levou e a morte, ansiosa, por mim esperou
Havia eu de ter lagrimas mais cultivadas
Tinha eu que ter sorrisos mais mortos
Assim como na claridade da morte
Fez-se a Vida nas escuridões de um abismo
Num enredo angustiante
Fez-se a vida e a morte protagonista
De espetáculo que pra ser meu
Que tão cedo foi trocado por um TER e HAVER
Por tão pouco troquei as entradas de um show
Um show que era minha vida
Vida duelando contra a morte
Morte de se pacificando com a vida