Paradoxo

Tem dias que vou

Há dias que volto

Tem dias que a felicidade me acompanha

Há dias que a tristeza me toma em seus braços

Tem dia chego, sem saber a forma na qual cheguei

Há dias que cruzo a linha de chegada, querendo nunca chegar

Entre ter e haver vejo a vida me levar e a morte me aguardar

Tinha dias que a felicidade me irritava

Havia dias que a tristeza era o motivo do meu sorrir

Tinha lugares que eu estava e não gostaria de estar

Havia lugares que gostaria de estar, mas nunca estive lá

Tinha dia que o sol me molhava

Havia dias que a chuva me esquentava

Entre ter e haver a vida me levou e a morte, ansiosa, por mim esperou

Havia eu de ter lagrimas mais cultivadas

Tinha eu que ter sorrisos mais mortos

Assim como na claridade da morte

Fez-se a Vida nas escuridões de um abismo

Num enredo angustiante

Fez-se a vida e a morte protagonista

De espetáculo que pra ser meu

Que tão cedo foi trocado por um TER e HAVER

Por tão pouco troquei as entradas de um show

Um show que era minha vida

Vida duelando contra a morte

Morte de se pacificando com a vida

Felipe Vilela
Enviado por Felipe Vilela em 06/06/2010
Código do texto: T2302975
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