Luta da carne

Ah! Quem me dera acordar sem ti

Quem sabe não teria graça

A violência que se passa

Carne

Arde, corrompe, destrói, dilacera

Manto da perfídia

Cheira mal...

Carne

Luto contra ti

Seus desejos, minha volição

Violações, privações, insanas decisões

Carne

Viver contigo é negar o Paraíso

é contradizer o Sagrado

viver contigo é prazer imediato

é transformar-se caricato

Carne

Pesadelo de minha vida

Fardo de metal

Por que pesas tanto assim?

Entregar-se a ti eu gostaria

A tua tirania

Que de mim seria?

Carne

Deleitar-me-ia em teus (meus) prazeres

Fugazmente viveria

Tudo eu poderia, a nada me negaria

À concupiscência me entregaria

Carne

Mas negar o que preciso

o que tenho, tolice seria

os braços estendidos e as mãos cravadas no madeiro

Não, não. Nada foi em vão

Eu nego, renego a ti

Carne

Alê Fernandes
Enviado por Alê Fernandes em 05/06/2010
Reeditado em 06/06/2010
Código do texto: T2302170