Luta da carne
Ah! Quem me dera acordar sem ti
Quem sabe não teria graça
A violência que se passa
Carne
Arde, corrompe, destrói, dilacera
Manto da perfídia
Cheira mal...
Carne
Luto contra ti
Seus desejos, minha volição
Violações, privações, insanas decisões
Carne
Viver contigo é negar o Paraíso
é contradizer o Sagrado
viver contigo é prazer imediato
é transformar-se caricato
Carne
Pesadelo de minha vida
Fardo de metal
Por que pesas tanto assim?
Entregar-se a ti eu gostaria
A tua tirania
Que de mim seria?
Carne
Deleitar-me-ia em teus (meus) prazeres
Fugazmente viveria
Tudo eu poderia, a nada me negaria
À concupiscência me entregaria
Carne
Mas negar o que preciso
o que tenho, tolice seria
os braços estendidos e as mãos cravadas no madeiro
Não, não. Nada foi em vão
Eu nego, renego a ti
Carne