Antiquário
Pecados envenenados,
Juras sólidas, conquistas amargas,
E um meio de convencer-me bem macerado
Têm sido os ingredientes indispensáveis
Desta minha menção,
Ao enrolar-me em minha própria teia desbaratinada.
Todos se despojam das roupas,
Todos assim querem que fique,
Mas há um todo no meio deste Todo
Que alimenta seus medos, como vícios,
Que desordenam a fuga, como cura,
Que se arrependem dos erros, incuráveis.
E ainda há um todo no meio deste Nada
Que absorve Tudo e também se torna nada,
Cujo ainda tem olhos para dividir figuras,
Cujo existem mãos para compartilhar um cigarro, almejos.
E que ainda em mim, existem dois instintos
Que me fazem compartilhar-te entre dois desejos.