DESCANSO ETERNO

DESCANSO ETERNO

Quem me dera por instantes, inusitados

A aurora do dia passado

O afago de magoas entrelaçadas

Aperto entre mãos, desgarrada morte.

Os vermes adentrando o corpo, domando-te o sangue

Crepúsculo vigente, alma perene, insólita prece

A fateixa ao canto, sangue em poças

Dor veemente, carne dilacerada!

Uma maçã podre, caída ao meio dos escombros

Faca com gume enferrujado, barulhos de corrente

Sons altos e estridentes, hurros e murmúrios

Pragas indesejáveis, homem sem mácula, “merda” de vida?

Ainda foste ao amanhã, o que outrem lhe disseste

Por arcanjos sanguinários, dementes templários

Néscio homens de luxúria, inerte ao canto do escombro

Fora “merda” negligente, peste bubônica insane!

Sonho ou realidade, intercalada com a vida ou morte

O desejo e a loucura. Andam juntos pela estrada

Ranger de dentes, lamentos descrentes, despeça perda

O momento passado, o sono perdido, descansará-me na morte?!

Heronildo Vicente
Enviado por Heronildo Vicente em 24/05/2010
Código do texto: T2277531
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