INSENSATEZ

Perdão !

Perdi a hora...

Queria ter embarcado

naquele pássaro branco,

ter te visitado.

Ventos vem vindo de longe, muito longe...

em velocidade.

Não deu tempo

de te alcançar,

não consigo voltar

o relógio,

voltar no tempo,

do passado,

e viver no presente,

nosso mundo encantado,

ouvir o barulho do vento,

assoviando,

por baixo de nosso tapete dourado.

Deitados estamos...

ancorados no macio das nuvens,

encantados com a possibilidade

de ser verdade...

oh, ... insensata vida perdida,

no tempo!

Quando a gente

não tem nada a perder,

tudo é loucura...

Viajo para paraísos secretos,

em ilhas distantes.

De mente e coração

encontro-me com você.

Escolhi a maior de todas as loucuras

Escrever nas nuvens o meu amor

E sonhar...

Nesses momentos,

deitados no pássaro branco,

todo o tempo é nosso,

não existem mais horas.

O infinito não para de andar

distâncias inimagináveis...

e ao choque desse olhar

a sensível alma....

a expressar incontáveis delicadezas,

desse sentimento,

muitas vezes inconfessável,

a que somente o coração,

tem acesso.

No descanso, entre suas batidas,

Um suspiro acalma a sua falta.

Oh, insensato amor!

Autor: José Maria Pessanha/Aprendiz das Letras; 30/04/2010