Os morcegos também cantam
Um pássaro assovia tristonho
No denso breu que a noite trás
Um canto tão insano e medonho
Que apaga as velas dos castiçais
E aqueles que ouvem seu canto
Em seu obscuro vão a navegar
Sentem sua dor, choram seu pranto
Um pássaro cansado de voar
Só lhe resta no canto algum alento
Que finde sua vida, seu pranto, sua voz;
Que finde também esse tormento
Encontrar descanso, no peito de seu algoz