FERRO x ferro
Ele vendeu a grade da casa,
Vendeu o portão,
Parte da casinha do cachorro,
Vendeu o portão e a sombra da ilusão.
Vendeu a mesa já velha de guerra,
A geladeira que servia de armário para saisfazer
O vicio do jogo ordinário.
Vendeu o chão de ferro da família
Agora, quem pisa desliza.
Quando chove... Torce pelo dia de sol,
Quando anoitece... Torce para que este amanheça.
Quando já é dia... Torce para este passar...
E passando... É apenas mais um dia.
Ele vendeu a educação,
vendeu a alma,
vendeu a jaula que estava vazia.
Perto dele quem moraria?
Tudo ele vendia.
Quando ventava forte... Ele pensava em ter sorte.
Então, começava a disputa:
Vento x Chuva.
FERRO x ferro.
Tristeza x Cobiça.
Jogo x Azar...
Ele vendeu o portão onde muitas vezes eu o vi passar.
Só não vendeu a porta do coração,
Porque a vida dura enguiçou dentro da fechadura... E não pôde tirar.
Debora Moreno