HIBERNANDO


Em um certo mês de maio
De três anos já passados
Minha alma acuada
Teve os sonhos recuados
Fui levado a loucura
Pra um lugar já conhecido
O ambiente era escuro
Eu estava ali perdido
Muitas vozes me diziam
Como devia proceder
Mas outras sugeriam
Que o melhor era morrer
Atormentado por falácias
Minha alma hibernou
Mesmo que eu tentasse
Do mundo se resguardou
Fiquei muito aturdido
Em profunda solidão
Queria sair dessa clausura
Buscar uma solução
Todo dia acordava
Olhava a rua pra sair
Mas minha alma sem vontade
Sussurrava-me: vá dormir
Bravamente eu saia
Antes pegava minha bengala
Três ou quatro comprimidos
Deliciados como bala
Hoje narro estes fatos
Muita coisa já mudou
Mas minha alma hibernada
Da clausura não voltou.

Dego Bitencourt
Enviado por Dego Bitencourt em 15/05/2010
Reeditado em 29/08/2011
Código do texto: T2258216
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