Assumidamente louca...
Um dia descobri-me louca, e ri...
Diante de mim mesma gargalhei,
Por que a surpresa? Sou louca.
Bem, pelo menos me assumi,
Não fiz como muitos, encolhidos,
Em facetas certinhas, espertas.
Fiz-me de portas abertas,
Ou melhor, escancarei-me,
Em letras proferidas, despidas...
Da falsidade que corrompe,
Da minha elevação desmerecida,
Brindei-me oh vida!
Tive escolhas incertas,
Colhi verde fruto,
Fiz o furto do tempo.
E agora velha magéssima,
O que poderia esperar,
Senão um findar doloroso...
Pois bem, fiz diferente,
Tornei-me demente de tudo,
E vivi, ri e rolei...
Pelas páginas da vida,
Por mim proferida,
E no fim me fartei...
Fiquei bem recheada,
De lembranças guardadas,
E tudo que conquistei.
Conheci a Sra Felicidade,
Fiz Amor de verdade,
E nunca menti...bem, quase nunca.
Mas só sei uma verdade,
Quem se assume na realidade,
É um louco, assumidademente, louco.