Coma Induzido
Quem joga a vida fora
Tranca num quarto sujo
Derrete a chave e faz um cachimbo
Escorre a consciência na calçada
Na rua encontra o não-saber
Do asfalto se torna o limbo
Alma vagando ao léu
Se cobre atrás de podre véu
Tudo o que tem provém do fel
E não distingue o inferno do céu
O mundo não acabou
O outono virá com seu aroma
Mas a flor que não desabroxou
Só verás se acordares do coma
Enquanto respiras, larga o crack
Morde a existencia como um alicate
Faz da vida um rio limpo
Antes que o xeque seja mate