Coma Induzido

Quem joga a vida fora

Tranca num quarto sujo

Derrete a chave e faz um cachimbo

Escorre a consciência na calçada

Na rua encontra o não-saber

Do asfalto se torna o limbo

Alma vagando ao léu

Se cobre atrás de podre véu

Tudo o que tem provém do fel

E não distingue o inferno do céu

O mundo não acabou

O outono virá com seu aroma

Mas a flor que não desabroxou

Só verás se acordares do coma

Enquanto respiras, larga o crack

Morde a existencia como um alicate

Faz da vida um rio limpo

Antes que o xeque seja mate

Gabriel A H
Enviado por Gabriel A H em 03/05/2010
Reeditado em 12/05/2010
Código do texto: T2234767
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