Enfim, Mãos Dadas (Solusol)

Na parede branca

Da Casa Branca

Desenhou-se o Medo

Da bomba atômica

A parede atômica

Da Casa Branca

Dissolveu-se, chamas

Na grande trama

E o Medo retaliou-se

No país da tâmara

Flagrou-se em câmeras

Na Casa Branca

Partiram mísseis

Lastros de chamas

Viajaram léguas

Da Casa Branca

E o ódio venceu

O Medo venceu

Cia. Dos Lobos S/A

A noite sucedeu-se

100 dias na terra da

propaganda

As diplomacias à black-tie

Diplomataram mais de milhões

O ódio e o Medo

Sem nenhum segredo

Desprenderam-se dos corações

Brincar com fogo era a política

Violência, ameaça, terror, avareza

Ira, impunidade em estreitas

Alianças com os sauditas

Quem investe em ventos

Colhe tempestades malditas

Nem só de sal vive o mar

Eventos políticos não podem

Para sempre, guardarem-se

Em suas expectativas, debaixo

Do tapete branco, na Casa Branca

Baixou ainda mais o astral

(Como se fosse possível)

E os palácios, verdes oásis

Da arquitetura Taj-Mahal

Sua cultura e tradições eram

Sintomas do grande mal

O inconsciente planetário

Manifesto entrou em ação

Buscando os alvos, afinal

Os tapetes voadores, a

Tecnologia bélica do Medo

Ocidental. Complexo de Sansão.

E o Oriente Médio, Próximo,

A tão milenar cultura do quibe

Frito, a dança do ventre, o

Mercador de Veneza, o

Mercado persa. As Mil e Uma

Noites de lua cheia evanesceram

Em seu quintal

O vento setentrião sopra

Por sobre os gritos de um milhão

De aflitos orientais polvilhados

Pelo cogumelo camaleão

Pelas Sinagogas de hambúrgueres

Do mundo ocidental

Os físicos, muito bem pagos

Colheram por fim, um a um

Próximos às areias das dunas

A última flor tubiflora

Em seus jardins de espuma

Venceram os teoremas, as fórmulas

As altas matemáticas gananciosas

As equações de gerânios

As percussões de fogo

Tão pragmáticas em suas formas

Mísseis balísticos da Hora do Lobo

Sob as estrelas desintegraram corpos

Cápsulas em fogo. Cumpriu sua sina

A Casa de Oração De todos os Povos.

Mais navegaram

Por sobre o mar

Engenhos náuticos

Do inverno nuclear

E o senhor Mercado

Afinal acolheu

Todos os fogos

De Prometeu

E toda a cultura

Em plena ação

Milenar civilidade

Briga de rua

Diplomacia pastelão

E o hidrogênio

Do Negro, do Egeu

E do Mediterrâneo

Fundiram-se no fogo

Vindo do cimo do

Cáucaso subterrâneo.

Entraram em ação

As políticas brandas

(Tão samaritanas)

Da Cruz Vermelha

Oriental. Trens-bala

Aviões, navios de guerra

Camuflados em hospitais

Ambulâncias com fios

Dentais medicinais

Grande chafurdo

Pela paz mundial

E a inútil solidariedade

Foi tamanha que faltou

Band-aid para os ferimentos

Abertos na dor superlativa

Dos joelhos em oração

Sobre os lugares sagrados

Da Terra.

Restos a descoberto dos

Corpos mutilados pelos

Investidores de armas.

Armas incitam à guerra.

E os generais da façanha

Assistencialista do mal

Nem notaram: das profundezas

Oceânicas uma reação inusitada

Em cadeia de átomos pesados

Nos recifes vulcânicos de coral

A reação em cadeia detonou a teia

Sob o luar de lua cheia no atol

Átomos de hidrogênio fundiram-se

Aos milhares de milhões de milênios

Aos minérios mais profundos

E rapidamente numa macro união

Ocasional, inesperada reação

Como se todos os habitantes do

Planeta, de repente se tivessem dado

As mãos cansadas. Uniram-se. Afinal

Estavam tanto tempo separados

À espera da Terra converter-se sol.

Mas ainda houve tempo hábil

Ou melhor, não houve tempo algum

Das mídias propagarem as notícias

Urdidas pelos sábios que tudo sabem

Das partículas subatômicas. As ondas

De choque e de fogo propagaram-se

Pela ampulheta uníssona do radônio

Do Tibet propagaram-se mantras

Unificados, os mais oriundos

Os lamas imóveis comemoravam

Do céu da boca invocaram

Do mais profundo Cosmo, as mais

Recônditas profecias entoadas

Quando da recriação de mundos

E o Espírito da Terra habitou

Outra vez a si mesmo em cadeia

Fazendo-se aparência e essência

Das chamas.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 19/04/2010
Reeditado em 22/03/2011
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