Sinha

Sinhá,

Imaginação certa noite veio

Me visitar

Lua cheia, ela serena,

Veio a me contar

E contou

Contou da vida do mundo

Do mundo da vida vã

E dos vãos assuntos

Serpenteia a árvore genealógica

Desde d’onde reside,

Até aonde aguarda a lógica

Imaginação, Sinhá,

Imaginei que minha fantasia

Se queimara sem tua guia

Sem tua magia

Desde que te debandaste a Assunção

Nova-Iorque, meretriz

Te escondeste em Paris

Mas nos maldisseram os poetas

E de nós, Sinhá

Será o quê?

Imaginação, Sinhá,

Lhe perguntei

O por quê da miséria

Se a matéria já é tão bruta

Sem palavras de amor

Imaginação, Sinhá

Imaginei...

Mas, eu prefiro os monstros

Que se expressam nestas criaturas

Duras, puras, olhos de amargura

Refletem solidão, Sinhá

Loucuras da tortura de sua solidão, Sinhá

E a Imaginação que veio me visitar

Imaginou-se de seus sonhos

RF

(Marco de 2006, www.osintensos.blogspot.com, Todos os direitos reservados)

O Intenso
Enviado por O Intenso em 20/08/2006
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