Batendo às portas celestes.
Chamaram-me para a comilança, mas gula meu encargo.
O dono convidou-me sem haver festa, alegando:
garoto, larga este fardo.
Mal cheguei, correu o homem de vermelho trajes, derrubando uma garrafa
numa pressa;
Revi meus sonhos no seu fundo, abrindo-a ao cheiro de vinho.
E saindo lá de dentro, ajoelhou-se e beijou meus pés à bessa.
Perguntei da heresia, se possível me aproximar;
Abriu, auferindo: "garoto, não há nada a lhe contar".
Servido o banquete, dei o primeiro gole e fiquei por ali;
o sábio homem se viu ébrio, do lado de lá.
Fez-se novo, deu-me de pecar.
Disse o velho de boa alma: "prepara-se,
aqui no céu irá beber".
A estar bêbado no paraíso.
Alexandre Garcia de Negreiros Bonilha