Batendo às portas celestes.

Chamaram-me para a comilança, mas gula meu encargo.

O dono convidou-me sem haver festa, alegando:

garoto, larga este fardo.

Mal cheguei, correu o homem de vermelho trajes, derrubando uma garrafa

numa pressa;

Revi meus sonhos no seu fundo, abrindo-a ao cheiro de vinho.

E saindo lá de dentro, ajoelhou-se e beijou meus pés à bessa.

Perguntei da heresia, se possível me aproximar;

Abriu, auferindo: "garoto, não há nada a lhe contar".

Servido o banquete, dei o primeiro gole e fiquei por ali;

o sábio homem se viu ébrio, do lado de lá.

Fez-se novo, deu-me de pecar.

Disse o velho de boa alma: "prepara-se,

aqui no céu irá beber".

A estar bêbado no paraíso.

Alexandre Garcia de Negreiros Bonilha

Alexandre Bonilha
Enviado por Alexandre Bonilha em 13/04/2010
Reeditado em 13/04/2010
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