Face da Loucura
Quando pressinto a inspiração
Ponho-me sem presunção
Rascunhando sem precisão,
Solto a imaginação
Meio a motivação
Instigo a imaginação,
E viajo sem direção.
Ser pensante é preciso,
Sou um ser bem compulsivo
Dizer do ser é ser altivo
Quer-se ser compreensivo,
O ego do ser transforma-se em otimismo
Então não deve o ser, ser passivo.
Pensar, existir não é ilusionismo.
É o encontro do improviso com o riso
Nem sei se busco elos em paralelos,
Assim como escrevo versos meio a reversos,
Nem sempre os pés estão no chão, talvez, na imensidão;
Pouco me importa se é a chave da porta que abre o portão.
Salto por cima pelo beco estreito é meu direito,
Sou uma curiosa ousada não quero ser um ser perfeito.
Colorindo sem cor a face da loucura,
Vou sorrateira postando minhas besteiras,
Se de azul o Céu banha-me e brilha feito uma clareira,
Tento compor em mim a parte de uma partitura;
Enquanto sonho e fabrico esculturas,
Meio aos delírios e as desventuras,
Vôo bem alto eu sou a Criatura.
Goretti Albuquerque