EU LEVO AS AMORAS

Sou de mim, em mim,
vou afora
me criticam, zombam assim
como se fossem velhas, matreiras
de riso fugaz
sou assim, creiam em mim,
louco e sábio
me crucificam, me exorcizam,
como se fosse eu, um cristo, sem milagres
mas com muito amor
o meu milagre é o amor
que me recusam, mas eles me usam
expurgo de mim, minha presença
na esperança que me aceitem no domingo
pra almoçar com a família
pra gargalhar com as tias, matreiras
mas no final da tardinha
sorriem seus amarelos dentes
e me mandam embora...
...mas eu levo as amoras.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 09/04/2010
Reeditado em 09/04/2010
Código do texto: T2186014
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.