A minha língua inocente passeia
Louca e com latente sofreguidão 
Num adormecer alegre e quente
Ao extrapolar o sabor da emoção. 
 
Nos seios que caminham
Passo a passo, rumo ao beijo.
Trazendo à cama onde me deito
Um jardim de encantos e matizes
Floridas  de suspiros rarefeitos.
 
 Que me deixam louco e extasiado...
Aprisionando o teu ardente ego
Que rege o âmago indecente
E indolente 
Do meu querer profano.

E é assim que  eu me dano
E bebo,
Na confluência de pernas
Em que, louco, me aninho
Feito um indefeso passarinho.
Apossando-me da úmida e quente caverna
Sem notar que ali. No infinito meio
O meu desejo hiberna.

...Enterro pois o talo nu e hiper-tenso
Mergulhando sem medo
Na pressão arterial
Do teu suor salgado e quente,
Que se inunda de sorrisos
Liquefeitos de razões intermitentes.