Além da Loucura
Ei, tu aí, tu mesmo?
Que há pouco me chamava de querida.
Enquanto conversávamos de solidão;
Observava o trabalho das formigas.
Sentados no cordão, ao pé da calçada;
Percebia-nos como loucos em devoção;
Pobres diabos!, com suas dolorosas feridas.
Por que pensávamos querer entender?
Nosso encontro, nossos adeus, sempre sem partida;
Se somos tão minúsculos a perder de vista;
Como partes opostas de um beco sem saída.
De tudo quero apenas que saibas:
Que além do tempo existe o nosso amor;
Nele ouço a razão que me faz sentir;
Que sonhar jamais será um ato falho;
E mesmo com a fumaça de teu cigarro,
Tua música, nossa colcha de retalhos,
O que nos resta pois, muito além dessa loucura?:
Da intensidade que nos espera? Do colchão no chão?
Do Forest Gump, da gata Tarrucha? Do Inhame perdido?
Resta-nos pois, a Felicidade;
De viver em eterna despedida;
Até que a morte nos separe;
Dessa aventura que nos desatina.
ACCO