Teus olhos de sabão em pó
Os teus olhos me perseguem
E a rosa namora a primavera.
Enroscado em teus braços
Não me acho quadrado sem teu assobio,
Sombrio quarto sem teus quadros,
Sem teu quadril.
Volta para mim
Com sua porta sem toc-toc,
Asa de minha ausência,
Mata minha sede
Como poço no sertão.
Como posso viver sem ti
Assim...
Teus beijos de alambique
Encrespam meus cabelos
Porque sou pentelho e magro
Triste palha assada
Se como sua falta
Em minhas vampirescas
Buscas pelos teus olhos
Que me perseguem
E me acham
E me cegam
E me lascam (o peito)
Em noites frescas.
Cama forrada
Erva-doce no travesseiro
Musica para o vespeiro
Ao som de alhos e bugalhos
Olhos vendados...
Me seqüestre!
E empreste minhas partes
Nos cortejos das artes...
Nas telas de minha parede
Um perseguido capturado.
Em cima,
De baixo,
Do lado,
Você.
Odun Ará