A quem interessar possa!

Desde que me doei ao amor
E amei desmedidamente sem ser amada
Entreguei-me por amor a quem amor não merecia nada
Fui desprezada e quase aprisionada, descri do amor
 
E arranquei com minhas próprias mãos
O inútil orgão que dominava minha emoção
Não mais o olhar meigo de carência
como a dor que transpassou e partiu meu coração.
 
Tornei-me assassina, matei o amor e, em contrapartida
Minhas mãos estão cheias do meu próprio sangue
Não quero ser amada, tenho pelo amor vilipêndio
A minha liberdade custou-me a própria vida. 
 
Não mais nos meus olhos a desilusão da inocência
Amada ou odiada, esta é minha aparência
Sigo a intuição como estratégia de sobrevivência 
Pense ou aja? Entre mim e você, esta é a diferença
 
Quem me amou que me esqueça
como quem também me viu e não percebeu um lamento
Sou, agora, o que sou: lavei o rosto do tormento
Chega de falácia - de duvidas e fingimento
 
Quem desejava me esquecer uma palavra apenas: Não desista!
Sou como me vê - uma alma em silêncio, uma mente que trabalha
Um corpo sem descanso, belo e sem coração vestida de humana...
 
Não imploro,
Nada sinto,
Nem ressinto:
Jamais choro!