Corre o tempo, desordena o mundo
Corre o tempo, desordena o mundo
A passos lentos, heresia e desordem
Desordena os reis, liberam-se chagas
E assim então, amantes se mordem
Sangue, talvez, miséria e desejo
Ainda que, tudo o que quis, só um beijo
Querem algo mais, querem meu couro
Tesouro pra quem nem o cheiro almejo
Mar hoje é vinho, que embriaga e afoga
Fora essa terra, alimento a quem chora
E chora assim, sem mais nem porque,
Sabendo que ele é espelho lá fora
E se deus vê, lá de onde ele mora
Tudo e todos, há de mui bem saber
Que nessa terra de marra e de dólar
Júnior Leal ainda está pra nascer.