Brincando com o relógio

Quero subir no topo do tempo

E pegar as rédeas das horas

Laçar com correntes de aço os ponteiros

Senhores absolutos dos nossos pesadelos

Prender a ferro os escorregadios segundos

Que gotejam acontecimentos sutis e profundos

Os minutos ficarão solitários e tristes

E cortarão as relações com as horas

Tudo permanecerá parado no lugar

Como em câmara lenta

Congelado do freezer da minha vontade

Ficarei brincando com o relógio

E os ponteiros que perturbam

Sem hora marcada

Sem tempo para nada