A beira do caminho
Já não luto mais com minha confusa alma
Entrego-me ao sabor dos ventos
Aqueles em que a sinfonia toca
Onde os fantasmas dançam na minha frente
Quero a ilusão do obvio, do absurdo
A incoerência do não dito
O beijo que não aconteceu
A nudez do dia em que te conheci
Já não me importo com a demora
Acostumei com o tórrido entardecer chuvoso
Espero aqui nesse meu mar que invento
A tua passagem no caminhar solitário
Sem perceber que estou tão perto
Sem notar que derrubou meu muro
Sem sequer ver que quebrou meu gelo.