Poema de mim...

Um dia

Que dia

Qualquer dia

Qualquer dia desses

Que acontece

Todos os dias

Leio alguns poemas

De amigos(as) poetas

Concordo com alguns

Com outros não

Mas, não tenho

Que concordar

Ou discordar

Tenho que ler e gostar

Ou não

Aceitar ou não

Leva-me a pensar analisar

E não é isso que quero

Agora

O agora que quero

É descançar

Olhar o céu cinza grafite

Mais pra chumbo do que grafite

Que derrama sem parar

Água sem parar

Preso em casa

Sou presidiario

Do tempo ruim

Que faz

Com que eu seja

O meu carcereiro

Ando de lá pra cá

Dentro de casa

Dentro da sala

Pelo corredor

Vou ao quarto e volto

Pra sala

Apago a televisão

Que só fala de desgraça

Isolo-me do mundo

Neste mundo próprio

Meu mundinho particular

Onde tudo que quero

É ver o sol brilhar

Ver o chão secar

Sair de casa

Sem precisar

Voltar correndo

Com a chuva chovendo

Em cima de mim

(Em cima de mim)

Foi triste

Mas é assim que se fala

Na rua onde chove em mim

Sendo assim é o fim

De mim

Ou do poema de mim

Qual indio

Menino

Pés descalços

E gotas na palma da mão

ABittar

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