Loucura Total...
Talvez fosse fácil dizer adeus para quem parte. Levando um pedaço da felicidade que viveu. Entre dias e noites. Entre beijos e tapas, entre calor e frio. Mastigas agora o parnaso do nosso embrionário amor. Que não vingou, sentindo a aniquilação dos seus desejos. Mas não recuo, você vai com o breu da noite que aniquila o sol, parte ingrata, insana, leviana. Não posso congelar-te em soro de nitrogênio, e deixá-la ao meu lado como pedras imóveis, uma estatua falante. Que mais resmunga do que agrada. Eu fecho não somente as portas de casa, mas também os olhos para não vê-la indo, partindo, sumindo, como: a poeira que vai sendo levado pelo sopro gélido e indelicado do vento que te afasta de mim.
Morrerei a míngua, mas não vou macular minha alma, pedindo perdão. Dormirei o sono dos justos, com a rede no quintal. Esperando a chuva, ou quem sabe talvez contrastar meus sonhos com um elementar qualquer, de uma fabula desta qualquer, vampiros, lobisomens a meia noite. Mula sem cabeças até mesmo o Jason venha arrancar-me a cabeça. Minhas amoras estão vermelhas caídas no chão, tal qual o meu coração: ferido, partido ao meio pela navalha do destino. Que risca na pele: as letras diagramadas de seu nome: Nirvana onde repousa agora seus sonhos. Será que ti dormitas ao relento feito eu? Vaga pela escuridão da noite, esticando seu esqueleto.
Maquilo a face monocrática. Esculpindo anjos querubins. Para contrapor minha demência temporária. Estrelas não brilham! Por que a chuva esperada veio como previsto. Ah, não morrerei hoje como pensei ontem. Viverei, mais um relativo tempo com o espírito eterno que abita meu veiculo carnal. Não sou santo, portanto resisto aos dogmas perfurados por estigmas que me rodeia, desde as épocas primordiais de minha existência.
Guardando somente uma simples lembrança. Maria mãe. João pai. Irmãos de toda uma eternidade. Pai João, Mãe Maria. Tias e tios que me batizam com água e sal. Me apadrinhado o nome na pia batismal.