Cinzel

Tuas palavras me esculpem

Tuas rimas me devoram partes

Vou me reduzindo conforme tua vontade

Até que de mim não reste nada

Tuas mãos deslizam quentes

Tua boca lapida minha sombra

Saio refeita da dança bizarra

Onde só gemidos se ouve

Dentro do corpo ainda exausto

Restam sobras do que fui outrora

Corro em busca de novo abismo

Até que sumir por inteira

Na língua salgada desse mar

Que me arrebatou sem pudor

Com seus mistérios profanos

Onde eu gosto de me afogar

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 16/03/2010
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