Cinzel
Tuas palavras me esculpem
Tuas rimas me devoram partes
Vou me reduzindo conforme tua vontade
Até que de mim não reste nada
Tuas mãos deslizam quentes
Tua boca lapida minha sombra
Saio refeita da dança bizarra
Onde só gemidos se ouve
Dentro do corpo ainda exausto
Restam sobras do que fui outrora
Corro em busca de novo abismo
Até que sumir por inteira
Na língua salgada desse mar
Que me arrebatou sem pudor
Com seus mistérios profanos
Onde eu gosto de me afogar