Enfim...
A que devo a essência da minha bondade?
À índole simples e ordeira?
À calma humilde sem eira nem beira?
Ao condicionamento que me foi imposto à revelia ou não da minha vontade?
...E a essência das minhas maldades?
Estas, certamente devo a mim mesmo
A minhas escolhas
Aos meus descaminhos
À mediocridade da qual não me desenlaço
A minha letargia, ao meu marasmo...
À idéia de que algo de bom ainda me descerá do espaço
Egoisticamente meu
O que é que vale afinal?
O mundo competitivo, apressado, consumista e confortável
Sob certo ponto de vista
O mundo dos supostos imbecis, porém felizes e simplórios
Ou as dúvidas eternas dos que não definem suas escolhas
Dos que, a todo custo, tentam tirar o melhor de todos os mundos
Mas permanecem a meio caminho ad infinitum
Sem risos rasgados, nem prantos ou gritos
Numa mesmice estanque das dúvidas filosóficas jamais elucidadas
A quem devo as minhas crenças?
A minha indefinição de Deus
De justiça social
De valores
Ao caos que somente os infelizes enxergam?
Ou o usam para justificar o seu próprio interior?
Enfim...