Despedida
Hoje bati a porta
Gritei no silêncio
A vida vai torta
Estou cheio!
Cheio de ser o bombo da festa
De ganir com arte
Prefiro o frio da madrugada
Na noite chuvosa
O sangue quente secar
Perdi-me entre o frio
Porta fechada, janela aberta
Senti o calafrio
Na esquina sem morada
Sustento o tempo
Na rua procurei outra entrada
Calquei o sofrimento
Num tempo suspenso
Respirei alento
Seguro o corpo
Empurra-me o vento
Sou um vulto esquivo
Deixo tudo para trás
A dor e a ferida
Reclamam a despedida